Abaixo, temos uma matéria de Luiz Flavio Gomes que alega que todos são culpados, que já praticaram corrupção em algum momento da vida. O que, analisado “lato senso” é verdade. Contudo está análise peca pela generalização.
O princípio socrático de tratar os iguais de forma igual e os desiguais de forma desigual na medida de sua desigualdade é um bom norte para esta avaliação.
Creio que é possível fazer uma divisão entre o geral e o particular para melhor avaliação, entre o justo e o injusto verdadeiros.
De um lado temos o furto aos cofres públicos, que causa a morte, a miséria a milhares de pessoas. Temos o coletivo tratando o que é de todos e causando danos irreparáveis a centenas de milhares de pessoas.
Temos ainda a corrupção aos agentes públicos que só causam dano como:
O suborno ao guarda que ludibria a educação no transito e causas ferimentos ,mortes. O mercado, a feira livre da compra dos alvarás.
A propina para sair da fila de atendimento em qualquer órgão publico, não só em hospitais. Alias, a corrupção é tanta que hoje paga-se para entrar na fila dos que pagaram para subir na vez…
Do outro lado temos o dano particular como o vindo de empresas que desenvolveram softwares utilizados por centenas e milhares de pessoas é que lucram o que está muito distante do justo, tratando-se mais de uma extorsão legalizada e explorando demasiadamente a necessidade. As corporações aqui estão a praticar um delito.
“Quando alguém compreende que é contrário à sua dignidade de homem obedecer a leis injustas, nenhuma tirania pode escravizá-lo.
Mahatma Gandhi”
Sem contar que levam grande parte da receita dos países mais pobres para seus cofres, pois países mais desenvolvidos desenvolvem suas próprias tecnologias.
Há ainda, entre outras, a pirataria de artistas, coitadinhos, lesados multimilionários, que chegaram onde estão com o superfaturamento das companhias de música, com seus produtos comprados em sua maioria pelas classes mais baixas. Já que na ausência de uma cultura verdadeira, de educação noiam-se no lixo cultural.
Vejam que os compradores das classes mais abastadas são mínimos (talvéz 1%?), uma grande parte de seus rendimentos vem de shows do qual a música é só propaganda, logo, quem gera esta fortuna não realmente os mais necessitados. E, que por grande maioria das vezes só teriam o direito de ouvir se comprar o produto pirata…
A cruel constatação é que as melhores músicas, que fazem bem ao cérebro, a alma são de graça.
Poderia seguir uma lista infindável e ainda faltaria algo.
É claro que uma das formas de combater o erro inicia-se do menor para o maior, mas isto quando se quer combater a longo prazo.
Neste caso utilizamos o paradigma que afirma o homem é produto do meio, o indivíduo compõe a massa. Tratando o indivíduo aos poucos cura-se a massa. Aqui a doença e tratada de modo preventivo, como vacina.
Cabe lembrar que a falta de condições (estado de necessidade) podem fazer com que a corrupção se torne justa. Tratar do indivíduo consiste também em conceder-lhe uma vida digna.
Contudo quando o dano é eminente, atual, gravoso faz-se uso do axioma oposto: O meio é produto do homem, a massa é a soma dos indivíduos. Aqui a doença e tratada com remédio, a base de choque.
Na faze em que nos encontramos o remédio é a alternativa, os principais culpados a serem punidos devem ser os que estão a causar danos imediatos, graves.
Juízes fracos, covardes, subservientes, corruptos, arrogantes permitiram que a praga da corrupção se instalasse em nosso pais. FRACASSARAM vergonhosamente em seu desígnio, mesmo investido de tantas prerrogativas. O mais humilhante dos fracassos. Com tanto poder não utilizado ou utilizado de forma indigna colocaram-se na sola do chinelo mais velho e sujo que exite.
Qualquer matéria de direito, tem ao menos uma tese e uma antítese e, por mais absurda que pareça, ambas são defensáveis. A magistratura tem preferido a tese que defende, que facilita o crime.
Mas não estão sozinhos. Uma grande parte do Ministério Público, do mesmo modo, não vem cumprindo com seu dever. A maior prova disto é que este órgão não é respeitado em muitos lugares. Tem dado grande impressão de que seu controle de fato é externo…
O Ministério Público precisa mostrar serviços. Mais que isto, apresentar os resultados, os obstáculos.
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Não há inocentes, 8 milhões já pagaram propinas.
Luiz Flávio Gomes
O povo majoritariamente sabe muito bem o que é certo e o que é errado, ou seja, tem noção muito boa sobre o que é ético e moralmente adequado, embora viva mergulhado na corrupção e na malandragem.
01. Diz o nosso correspondente que o “sabe de nada, inocente”, no Brazilquistão, só tem sentido quando se quer debochar de alguém. O povo majoritariamente sabe muito bem o que é certo e o que é errado, ou seja, tem noção muito boa sobre o que é ético e moralmente adequado, embora viva mergulhado na corrupção e na malandragem. Pesquisa do Datafolha de 2009 revelou que 94% acham errado oferecer propina e vender o voto. Na teoria, dizem os nativos, somos muito parecidos com a Escandinávia (chamamos isso aqui na nossa Ilha de Brazildinávia). Na prática, somos outro tipo de gente: somos mesmo do Brazilquistão. A pesquisa mostrou que 13% dos ouvidos (maiores de 16 anos) já trocaram voto por emprego, por dinheiro ou por presente (dentadura, saco de cimento, uma licitação, fornecimento de materiais a uma grande empresa etc.). Num universo de 150 milhões de pessoas (maiores de 16 anos), 13% significam quase 20 milhões! Outros 12% afirmaram estarem sempre dispostos a aceitar dinheiro para mudar o voto; 79% acreditam que os eleitores vendem seus votos; 33% dos entrevistados concordam que não se faz política sem um pouco de corrupção; 92% acreditam que há corrupção no Congresso e nos partidos políticos; para 88%, na Presidência da República e nos ministérios.
02. Dos entrevistados, 13% já ouviram pedido de propina (isso significa quase 20 milhões de pessoas) e 36% destes (quase 8 milhões de pessoas) já pagaram; 5% (7,5 milhões de pessoas) já ofereceram propina a funcionário público; 4% (6 milhões) pagaram para serem atendidos antes em serviço público de saúde; 2% (3 milhões) compraram carteira de motorista; 1% (1,5 milhão de pessoas) compraram diploma falso. Mais: 83% (125 milhões de pessoas) admitiram ao menos uma prática ilegítima ao responder a pesquisa (7% reconheceram a prática de 11 ou mais ações ilegítimas, admissão considerada “pesada”; 28% dizem ter praticado de 5 a 10 ações; 49% tiveram uma conduta “leve”, com até quatro irregularidades). A pesquisa ainda mostra que 31% dos entrevistados (quase 50 milhões de pessoas) colaram em provas ou concursos (49% entre os jovens); 27% receberam troco a mais e não devolveram; 26% admitiram passar o sinal vermelho; 14% assumiram parar carro em fila dupla. Dos entrevistados, 68% compraram produtos piratas (mais de 105 milhões de pessoas); 30% compraram contrabando; 27% baixaram música da internet sem pagar; 18% compraram de cambistas; 15% baixaram filme da internet sem pagar.
São os mais ricos e mais estudados os que têm as maiores taxas de infrações (97% dos que ganham mais de dez mínimos assumem ter cometido infrações e 93% daqueles que têm ensino superior também), sendo que 17% dos mais ricos assumem frequência pesada de irregularidades (11 ou mais atos). Entre os mais pobres, 76% assumem infrações; dos que têm só o ensino fundamental, 74% afirmam o mesmo. Apesar disso, 74% dizem que sempre respeitam as leis, mesmo se perderem oportunidades. E 56% afirmam que a maioria tentaria tirar proveito de si, caso tivesse chance.
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