II. INTRODUÇÃO


Salve Hermes!!!

A palavra Cabala é uma derivação da raiz hebraica Kbl קבלה que significa “receber”, mas também é traduzida como tradição. Descreve, pois, uma antiga tradição de receber oralmente um conhecimento secreto, uma certa doutrina secreta. Trata-se de um método de conhecimento dinâmico, pois qualquer um que reflita no método de meditação sobre um mecanismo ou tema específico intuirá, o funcionamento de outros mecanismos ligados a este, de modo que, ao descobrir uma verdade aparecerão outras, relacionadas aos vários centros, e assim sucede. Neste sentido a Cabala ou Kabalah é um sistema filosófico e teosófico que responde às perguntas eternas do homem sobre a natureza de Deus, do universo, do destino final da humanidade, de onde viemos, para onde vamos, se é que vamos para algum lugar.

Relata-se que algumas ordens antigas conservaram a lembrança de um livro primitivo escrito em figuras pelos sábios e cujos símbolos, simplificados e vulgarizados mais tarde, forneceram à Escritura suas letras, ao Verbo seus caracteres, à Filosofia oculta seus signos misteriosos e seus pináculos. Tem-se atribuído este livro a Enoque, o sétimo senhor do mundo depois de Adão pelos hebreus; a Hermes Trismegisto pelos egípcios; a Cadmo, o misterioso fundador da Cidade Santa, pelos gregos. Este livro refere-se ao resumo simbólico da tradição primitiva intitulada de Cabala.

Segundo reza a Cabala, o nosso universo foi constituído, graças à atividade de dez grandes Centros de vida, chamados Sephiroth e são eles: Kether, Hochmah, Binah, Hesed, Geburah, Tiphereth, Netzah, Hod, Yesod e Malkuth. Estes dez Sephiroth formam a Árvore Cabalístico, um símbolo composto, que representa o homem celestial, que se concebe como macrocosmo, mas também se refere ao microcosmo homem.

Todos os deuses a deusas de todos os panteões pagãos estão representados nestes dez centros de vida, principalmente por suas associações astrológicas, já que a Astrologia é uma linguagem universal. Deste modo, constataremos no Triângulo Supremo a Kether, Hochmah e Binah que refere-se sempre aos Deuses Antigos e ao Universo, ou seja, o espaço corresponde a Kether; o Zodíaco, a Hochmah; os sete planetas (Saturno, Júpiter, Marte, Sol, Vênus, Mercúrio e Luz) às sete Sephiroth seguintes; e a Terra, a Malkuth. Cabe informar que tudo são representações de arquétipos, de forças.

Saturno refere-se a Binah, considerada como a Mãe Primordial, a Eva Superior, de onde surgiram as primeiras Formas em oposição à Eva Inferior, a Noiva Malkuth onde estas formas se materializam solidamente. Os deuses da fertilidade, da misericórdia à Hesed – como Rhea. Os deuses da guerra e os deuses destrutivos referem-se a Geburah-Marte, a as deusas do amor, a Netzach-Vênus. Os deuses da sabedoria iniciática referem-se a Hod-Mercúrio, a os deuses do sacrifício e redentores, a Tiphereth-Sol. Os deuses da concepção estão ligados a Yesod-Lua (sexo) como Nossa Senhora da Concepção ou Conceição e, todas as divindades do milho referem-se a Malkuth.

Cada Sephirah está ligada às outras por uma linha que recebe o nome de Caminho ou Sendeiro. São vinte e dois Caminhos, que representam as vinte e duas letras-forças do alfabeto hebraico e também as vinte e duas cartas do Taro.

As Sephiroth são distintas etapas da manifestação da luz infinita, e, por conseguinte, de evolução. São fases da consciência objetiva, através das quais, pela meditação, a alma penetra o conhecimento das manifestações cósmicas. Assim, veremos, que os Sephiroth são objetivos e os Caminhos subjetivos; os Sephiroth representam as forças naturais e os caminhos os estados de consciência. A meditação pode, portanto, ser tanto objetiva quanto subjetiva conforme atue nos Centro de vida ou nos caminhos que os unem.

Referem-se ainda as iniciações, sendo as objetivas que tratam do levantamento da serpente sobre os sete corpos e pelas vertebras da coluna espinhal que somam 33 (22 caminhos + 10 Sephiroth + plano terrestre) totalizando 231 iniciações (33×7=231). Contudo estas mesmas iniciações são feitas em três mundos (Atziluth, Briah e Yetzira) que totalizam 693 iniciações (231×3). No que tange as iniciações subjetivas, com o intuito de despertar a consciência, refere-se do mesmo modo a este somatório pois é necessário despertar tanto os centros de energia quanto a consciência. Além da objetividade e subjetividade relacionado aos trabalhos individuais, a Árvore é objetiva quando tratar do cosmos e subjetiva quando tratar do indivíduo e neste sentido os Sephiroth são tidos como objetivos e os caminhos como subjetivos, ou seja, as Sephiroth representam as forças naturais ao paço que os Caminhos são os estados de consciência.

Veremos no curso que a Árvore é dividida em três Colunas ou Pilares. O da Direita é o pilar da Misericórdia ou da Graça e é-lhe atribuída a potência ativa masculina. A Coluna da Esquerda é o pilar do Juízo, do Rigor ou Severidade, e se atribui a ele o princípio passivo, feminino. O Pilar do Centro, ou do Equilíbrio, é o fator harmonizante, que combina e une os pilares da Graça e do Rigor.

O esquema da Árvore nos descreve, entre outras coisas (como a criação do Universo), o processo de formação de um ato qualquer, a partir do momento em que este é apenas uma emanação inconcreta até que se cristalize no terreno físico; este esquema corresponde também ao corpo humano, sendo Kether a cabeça e Malkuth os pés. Daí extrai-se os fundamentos tanto da metafísica quando da magia, de todos os Deuses, ritos, etc., de todos os panteões; bem como todos os princípios se enquadram em um ou outro centro de vida da Árvore.

 

Da atividade dos nove Centros acima sobre o décimo (Malkuth), que é a nossa realidade, é o que vai formar a nossa consciência, no decorrer das existências.

Cada Sephirah tem suas leis e seus princípios, e para que possamos aprendê-las, as hierarquias espirituais que dirigem a nossa evolução, por meio de afinidade vibratória, nos situam, em uma determinada existência, “mais perto” de um Centro que, de outro. O estudo do horóscopo cabalístico de nascimento adaptado ao esquema da Árvore permite-nos identificar quais são os Centros ativos e quais os inativos na presente vida (veja o capítulo que trata de Malkuth).

Na Árvore Cabalístico, existem ainda quatro planos ou mundos: o das Emanações (Atziluth), das Criações (Briah), de Formação (Atziluth) e da Ação (Malkuth), os quais correspondem aos quatro Elementos, nesta ordem: Fogo, Água, Ar e Terra. Kether é o primeiro Centro do Mundo das Emanações e pertence ao Elemento Fogo.

Outra divisão cabalística refere-se a:

Cabala Prática, que trata da magia talismânica a cerimonial;

Cabala Dogmática, que consiste na literatura cabalística;

Cabala Literal, que trata do uso das letras e dos números; e a

Cabala Não-escrita, que consiste no conhecimento correto da maneira pela qual os sistemas simbólicos estão dispostos na Árvore da Vida (Otz Chiim), no conhecimento da ordem em que determinadas séries de símbolos estão dispostas na Árvore da Vida o qual deixamos aqui a nossa versão com o método utilizado para sua confecção.

Ao estudar a Árvore, podemos considerar as Sephirah sob o aspecto tríplice ou seja: da filosofia ou do conhecimento; do psiquismo ou da evolução meditativa pelas vias do subconsciente e pela Magia onde atuamos com as forças naturais.

 

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A CABALA DE HAKASH BA HAKASH

Filosofia Metafísica Quântica Cabalística – TOMO I

ÀRVORE DA VIDA – OTZ CHIIM

ELEMENTOS, PLANETAS, SIGNO, TARO

 

Autor: Inácio Vacchiano